O desporto na
vila, foi nos anos 20, animado pelo Triunfo e pelo Lusitano.
Mais tarde
(1932) estes vão juntar-se, e daí nasce o Ponte de Lima Sport Clube.
Em 1938 este
clube reformula-se e adopta a designação de Sporting Clube Limarense.
Mas o futebol
no distrito haveria de fechar portas, mercê das orientações do Governo de
então. Estávamos em 1943, e somente 30 anos depois ele voltaria.
Mas o panorama
desportivo da vila foi muito mais mexido. Os que atrás referimos são aqueles
que deixaram o nome na história do futebol federado.
Mas muitos
mais houve, contudo.
Comecemos pelo
princípio.
O “Rio Lima” é
um dos muitos jornais que aqui se publicaram. É com ele que vemos a partir de
1922 como era por aqui o futebol. Os clubes de então eram essencialmente
formados por jovens, que tinham sempre em vista alugar instalações para
implantar a sede, onde através dos bailes gerassem receita para manter o clube.
Que jogava futebol. Era a essência. Periodicamente faziam eleições, escolhiam dirigentes,
mas no resto eram muito volúveis. Por isso o proliferar de clubes.
Mas eram muito
activos. O jornal Cardeal Saraiva diz, em 13 de Agosto de 1922, que o Limiano
Foot-Ball Club foi a S. Julião do Freixo jogar com o Freixoense, e perdeu 3-2,
mas o jornal atribui tal facto ao número de árvores que há no campo, o que o
torna impróprio, e não à falta de “association” dos player’s de Ponte de Lima!
Já se pode ver
de que futebol estamos a falar.
O Limiano
Sport Clube ressurge das cinzas do Limiano Foot-Ball Club em 1923. Assim o
afirma o Rio Lima na sua edição de 11 de Fevereiro. A data precisa terá sido 6
de Setembro, como dá conta o Cardeal Saraiva (11 JAN 1923).
Mas já então
existia o Lusitano Foot-Ball Club, pois o mesmo jornal diz que no domingo anterior
a esta sua edição de 11 de Fevereiro de 1923, jogaram este novo Limianos com o
Lusitano, que venceu por 1 a
0.
Mas neste
ínterim alguns integrantes do novo Limianos juntaram-se aos do Triangulo
Foot-Ball Club, e daí surgiria o Lehtes Foot-Ball Club de Ponte de Lima (ver Rio
Lima 19 AGO 1923).
Mas já então o
jornal falava, uma vez por outra, de outro clube da terra: o Vitória Foot-Ball
Club.
Aqui chegados,
perguntamo-nos:
- mas com
tantas equipas, onde se joga?
É ainda o
jornal Rio Lima que nos “explica” a 30 de Agosto de 1925, quando com pompa e
circunstância nos dá conta da visita do SC Valenciano, para jogar um amigável
com o Lusitano, e diz que será no campo da Feira do Gado. Posteriormente até,
falando do jogo já realizado, diz que a enchente foi total!
Mas o sítio
não era adequado, por todas as razões, e o jornal dá conta da intenção de um
grupo de entusiastas que se propõe construir um campo de futebol em Ponte de
Lima. Estamos em 1926 (edição de 28 de Fevereiro), e o jornal tece grandes encómios
aos obreiros de tal pretensão, que considera uma arrojada iniciativa.
O que é facto
é que se concretizou. E até foram 2 os campos! E o que é mais relevante, é que
os campos existem ainda, e foram reabilitados pela autarquia, que honrou os
seus.
Mas falemos do
então. O jornal Rio Lima vai falando frequentemente dos campos em construção,
que serão o campo do Cruzeiro do Lusitano, e o campo de S. João da Ribeira.
(ver edições
13 e 20 FEV, 27 MAR, 10 ABR, 22 MAI, 5 e 12 JUN de 1927)
Finalmente
surgem as inaugurações, com todo o brilhantismo e orgulho dos clubes.
O Triunfo
inaugura o seu campo de S. João em Março de 1927, tendo convidado o Vianense e
o Boavista.
Já o Lusitano
preparou o mês de Junho para inaugurar o seu campo do Cruzeiro, com a presença
do Salgueiros e do Braga.
Agora já havia
onde jogar futebol, sem perturbações e intervenções policiais.
Surgem depois
as tentativas de fazer um grupo forte, com a fusão do Triunfo e do Lusitano, que
dão origem ao Ponte de Lima Sport Clube. Mas este, cedo mostra quão difícil é a
sua vida, e por isso que logo alguns se aprestem a reformular o clube. É daqui
que vem o Sporting Clube Limarense, o de duração mais consistente, até que se
dá a extinção da associação distrital. Ainda tenta o clube sobreviver, filiando-se
e competindo em Braga, mas não resistiu aos gastos, e também à má vontade dos
clubes do distrito, que se diziam prejudicados.
Em 1939 surge
uma nova e também efémera equipa. Ela advém de litígios no seio do Limarense, e
embora as referencias que se encontram não sejam muito consistentes, permite
contudo aferir deles.
O comunicado
publicado no Cardeal Saraiva de 27 de Abril de 1939 (pg 3), dá disso conta. Por
tal que logo em Maio (25 MAI, Cardeal Saraiva), se faça no campo do Cruzeiro um
jogo entre este novo Lusitano, que ressuscitava a memória do pioneiro Lusitano,
herdando-lhe até as cores, que eram o vermelho e o branco, com o vizinho
Sporting Arcoense.
Foi curta a
vida deste clube, que logo ao fim da 1ª volta do campeonato 39/40 oficia a AF
de Viana a comunicar a sua desistência.
Creio contudo,
que o Vasco da Gama que havia de aparecer mais tarde, em 1942, e que
concorreria ao último campeonato distrital, tinha muito deste Lusitano Sport
Clube de Ponte de Lima, que era assim que se apresentavam.
Mas gente de
têmpera não desiste à primeira, e por isso oito anos depois surgia aquele que
ainda hoje representa a vila de Ponte de Lima, levando longe o nome do seu
concelho:
Associação
Desportiva Os Limianos, activa e pujante, à beira de reflectir os 100 anos de
querer e persistência destes minhotos de fibra!
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