Um dos mais antigos clubes portugueses, mora na Horta.
Dá pelo nome de Fayal Sport Clube, e desde sempre o jogou. Nos anos 20
apareceram mais 2 clubes na cidade, e por muitos anos animaram a urbe.
Seguindo uma tendência, por certo, em 1930 decidem-se
em estabelecer alguma organização nos seus jogos, e definir aquele que seria
anualmente o campeão. Surge então a associação de futebol.
Na terceira edição do campeonato, surge um outsider. É
uma equipa da ilha vizinha do Pico, que se integra no então distrito autónomo
da Horta.
À altura, e estamos então em 1932, existiam já na
ilha, vários clubes, e todos dispondo de recinto de jogo.
Nas Lajes existia o Clube Desportivo Lajense, ali
fundado em 1924, na Madalena o União Sport Clube, e no cais do Pico eram dois.
O (Cais) do Pico Sport Clube, fundado em 15 de Agosto
1928 (A Horta Desportiva 15 AGO 1932, pg 4), e o Atlântida Sport Clube. Este,
na altura trazia o campo em construção, que haveria de ser inaugurado mais
tarde, a 2 de Outubro, com muito luzimento, como conta “A Horta Desportiva” (15
AGO, 17 SET, e 29 SET 1932).
O dinamismo próprio da circunstância, leva a
associação distrital a convocar uma AG, para instituir uma taça no Pico,
destinado aos clubes ali existentes. A condição é que estes se filassem, mas
tal objectivo estava acima das possibilidades destes grupos, tendo em conta os
custos da elaboração de estatutos e regulamento interno, a que havia que juntar
os custos de inscrição na associação de futebol.
Por isso de que destes clubes, só o Pico SC se tenha
abalançado à participação no campeonato, cabendo-lhe fazer os seus jogos sempre
na ilha do Fayal. Era uma acentuada despesa, e foi isso que motivou que só
participasse uma vez, com 3 equipas (1ªs, 2ªs e 3ªs).
Mas preparou-se convenientemente para a participação,
recebendo em Março o Fayal, que foi ali jogar numa jornada de propaganda com
muita gente, e virá posteriormente à Horta, fazendo a sua estreia fora da ilha,
aproveitando para mostrar os seus equipamentos azuis. (A Horta Desportiva 3 e
12 MAR, e 7 ABR 1932). Rodeou-se de gente prestigiada, como o presidente da AG,
que era também seu delegado junto da AF na Horta, e que era o delegado de saúde
na Madalena.
Finda esta aventura, o futebol “desapareceu” da ilha,
dado que não mais se ouviu falar destes clubes no
futebol distrital. Terão sido os custos financeiros destas participações a
ditar o afastamento, que fez com que o clube não repetisse a experiência, e por
mais de 40 anos não houve futebol no Pico. Federado, pelo menos!
Nesses 40 anos que se seguiram, apenas por 2 vezes e
de forma fugidia, haveria de aparecer uma equipa a intrometer-se neste campeonato
a três. Primeiro foi o Flamengos, equipa da ilha do Faial, que em 1943/44 e
seguinte, rejuvenescido por uma juventude ali instalada transitoriamente,
trazida pela guerra, e depois em 1955/56 e ano seguinte, quando o Vitória do
Pico também se “intrometeu”. Mas só o 25 de Abril haveria de democratizar o
campeonato, fazendo aparecer mais participantes.
Daqueles do Pico, o Lajense havia de resistir
estoicamente, chegando até aos nossos dias.
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